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terça-feira, 16 de junho de 2015

ARGENTINA / CHILE - 05/2015

Após um longo tempo sem publicação, estamos de volta, não que nesse tempo a moto ficou parada, mas a falta de tempo e também a preguiça não me deixou publicar coisas que fizemos. Bem nesse post vou modificar um pouco o relato, reunir tudo que aconteceu, um pouco diferente do relato da viagem ao Uruguai, onde fiz um posto por dia, pois fui atualizando durante a viagem.
Dia 1 - Nesse primeiro dia as notícias já começaram adversas, o casal João e Celina desistiram da viagem, pois ela ficou doente e teve de ser operada, mas a males que vem pro bem, enfim falando da viagem saímos do posto do trevo do badenfurt as 6:15hs com destino a 1ª parada em Pouso Redondo-SC, como não havia amanhecido a visibilidade, a chuva e o movimento na br470 foram os fatores que incomodaram um pouco, mas tudo certo, chegando em pouso redondo tomamos um café e seguimos para parada de reabastecimento na cidade de erval velho, na média calculada a v-strom fez 17,5km por litro, o que não é muito, mas levando em consideração que estava abarrotada de malas, não achei ruim, seguimos então com destino a Chapecó, onde foi a parada para almoço, num posto de beira de estrada, e aí começam as curiosidades kkkk, tinha mosca pousando em cima da outro por falta de espaço kkkk, enfim almoçamos já como dizia o ditado popular, o que não mata engorda. Dali nosso destino seria a aduana para travessia a argentina na cidade de Paraíso-SC, só que não, a estrada que liga Chapecó a São Miguel do Oeste é muito ruim, esburacada, muitas curvas e cheias de caminhões que andam em velocidades inimagináveis, e foi nesse cenário que os Furlani, casal que nos acompanha passou por uma cratera lunar, cortou o pneu, entortou a roda e com a violência do impacto avariou o sistema de freio e embreagem da bmw 1200rt, ai se inicia novos episódios, onde no meio do nada, só funcionava mais ou menos por causa da falta de sinal o meu iPhone 4s vivo (eu não ia trazer celular, parece coisa do destino mesmo). Assim foi acionado o seguro da moto para levá-la a Chapecó e tentar ver o seria possível fazer para não apreciar a viagem deles, já que conosco estava tudo em ordem seguimos a São Miguel do Oeste-SC para pernoitar e aguardar notícias do amigo que estava com o tal pepino pra descascar. Já no início da noite recebo ligação de que a moto será consertada, e de que as 10hs da manhã do dia seguinte estariam rumando para nos encontrar e seguir viagem. Sabendo disso já dormimos mais tranquilos e aproveitamos jantando e bebendo um bom vinho, enfim poderíamos dormir até mais tarde no dia seguinte.
Dia 2 - Como antecipado, o dia começou mais tarde, como tínhamos que esperar a solução do conserto da moto do Furlani que estava sendo feito em Chapecó, ficamos no hotel em São Miguel do Oeste até 12:00 dia e com notícias de que sairiam logo, rumamos para aduana da Argentina por Paraíso-SC (este trajeto não é o habitual, mas a estrada é nova, economiza uns 50km, mas não aparece no Google Maps. Geralmente se atravessa pela aduana em Dionísio Cerqueira-SC), chegamos por volta de 1:30hs, feito os trâmites burocráticos, ficamos à espera de nossos amigos que chegaram por volta de 15:30, moto em dia, mas com histórias pra contar, inclusive uma queda com a moto parada kkkkk. Assim em seguida rumamos com chuva com destino a Posadas-ARG, passando pela ruta 14, 7 e 12, fazendo boa parte do percurso a noite, o que foi muito ruim, perigoso é estressante, mas chegamos bem, na impaciência de ficar procurando hotel ficamos no 1a que paramos, bem no centro de posadas chamado Julio César hotel, banho tomado, jantamos em um restaurante na praça central da cidade chamado Querência, onde não resistimos em provar as boas carnes argentinas.
Dia 3 - Acordando em Posadas-ARG a gente vê que se trata de uma cidade relativamente grande, não tinha notado isso quando cheguei pois já era noite sendo assim difícil de notar a cidade, enfim, desanhuno (não sei se escreve assim) tomado, encilhamos o cavalo de aço e pé na estrada, pois nossa meta era fazer 500km até Presidência Roque Sanz Pena-ARG, a partir dali já vi que as coisas não iam ser um mar de rosas, tempo fechado e começando a chuviscar, e eu de tênis, pois minha bota impermeável, não resistiu a tempo de uso e por um rasgo lateral havia encharcado meu pé no dia anterior, sendo assim chuva caindo, spray dos carros e tal, meu tênis ficou pior que a bota, já na primeira parada tive de substituir o tênis pela bota úmida mesmo, sendo que envolvi o pé com meia em um saco plástico, funcionou muito bem, até a chuva desistiu de nós castigar. A região da província del chaco, com direção a salta é composta por um conjunto de retas, então ficou fácil a velocidade de cruzeiro superar 140km/h, mas fomos bem até Corrientes-ARG, chegando por lá fomos parados pela polícia, e já pensei que íamos levar uma mordida traduzida em pedido de suborno (já estava com medo pelos relatos pesquisados de pessoas que já passaram por esse trajeto), só pediram os documentos e perguntaram marca e cilindrada das motos por curiosidade, achei o máximo. Passando por Corrientes-ARG nos orientaram a trafegar pela avenida marginal pois na principal via é proibido motos, aí cabe um parênteses na explicação, nessa região da Argentina motociclista não usa capacete, moto dificilmente tem retrovisor e anda até em 5 na moto, isso mesmo CINCO, 4 + 1 = 5, Five, e nós turistas desavisados não podemos passar pela rua principal por medida de segurança? Logo após passar em Corrientes-ARG, vem uma ponte enorme chamada de Ponte General Belgrano, que passa pelo sobre o rio Paraná, assim entramos oficialmente na província del chaco, seguindo em frente paramos para almoçar, e em seguida tocamos até o destino final, nos hospedamos no hotel presidente, onde classifico como sujo, mas como o objetivo era mesmo só descansar o esqueleto, tomamos sorvete na frente do hotel, tomamos banho e fomos jantar, a vítima foi um peixe que é tradicional ser capturado na região, achei fraco também! Falando sobre Roque Sanz Pena-ARG, é uma cidade feia, típica do interior argentino, ruas empoeiradas, o caso das motos sem retrovisor, falta de uso do capacete, e por incrível que pareça, muitas, mas muitas motos rebaixadas, coisa engraçada de se ver, decidimos sair cedo no dia seguinte, tomar café 6:15 e tocar em seguida, pois até Purmamarca-ARG são 715km.
Dia 4 - A coisa foi forte, 800km pra fazer de Presidência Roque Sanz Pena-ARG até Purmamarca-ARG, e pra variar chuva logo de saída, 6:45hs saímos e como não tinha amanhecido, ficou uma mistura dura de tragar, noite e chuva, mas lá fomos enfrentando as adversidades, nosso dia em boa parte seria para atravessar o chaco argentino, retas intermináveis, chega até ficar monótono não fosse a atenção que tem que se manter na estrada, pelo caminho fomos conhecendo pessoas nos hotéis, restaurantes, e o mais engraçado, nos encontrando mais de uma vez no caminho, e isso aconteceu com brasileiros e argentinos, o motociclista é sempre bem recebido e desperta nas pessoas a curiosidade, e porque não uma certa inveja da coragem que tem de enfrentar a estrada de moto, o que na verdade não tem nada demais. Chegamos em Purmamarca-ARG aproximadamente umas 17:30hs, fiquei impressionado logo na chegada, nem consigo explicar o quão interessante a paisagem e o local se revela, sem dúvida nenhuma foi uns dos lugares mais legais que já visitei, vale a pena dormir por lá, ficamos numa pousada muito boa chamada HOSTERIA BEBO VILTE, sobre Purmamarca-ARG eu digo que tem que vir pra cá! Sobre as estradas argentinas, não são um tapete como imaginava, mas melhoras que as que temos no Brasil!
Dia 5 - Este dia foi especial, acordamos cedo, para tomar café as 7:00hs e seguirmos viagem, de Purmamarca-ARG fomos direto até Susques-ARG, onde abastecemos e tomamos um café pra esquentar, já que a temperatura estava negativa, sem problemas se não fosse a fadiga que aparece do nada e faz você respirar mais rápido como se tivesse fazendo um esforço físico absurdo, incrível como isso acontece por causa do ar rarefeito, sobre Susques-ARG achei muito legal, altitude de 3.620 mts, numa próxima viagem eu gostaria de dormir lá. Seguimos cruzando a cordilheira até próximo ao meio dia, ontem fizemos os tramites aduaneiros, parte da argentina muito rápida, parte do Chile meio demorado, mais após 1 hora tudo feito e seguimos cruzando a fronteira com o Chile, ai começa a beleza infinita da cordilheira a se mostrar, cada olhar, cada curva, tudo é muito lindo, frio, sol, nada desabona a contemplação daquilo que você não está habituado a ver, passamos pelas salinas grandes e estradas intermináveis em uma travessia de 350km pela cordilheira dos andes, às 15hs logo após descer 40km de cordilheira direto e em 30 min a temperatura passar de 5ºC para 30ºC, chegamos à San Pedro de Atacama-CH, é uma cidade pequena, estradas de terra, casinhas feitas de barro e teto de palha, mas incrivelmente preparada para o turismo, praparada até demais, os preços são exorbitantes, tudo muito caro, para efeito de comparação, as coisas custam o dobro ou o triplo do que no Brasil. Bem para acharmos a pousada foi outro pau da goiaba, a Lenir saiu a perguntar onde ficava e enquanto eu e o Furlani almoçavamos ela encontrou a pousada Pata Hoiri, bastante bacana para os padrões da cidade, mas existem hotéis de nível altíssimo por lá, um pouco mais afastados da cidade, mas com preços impraticáveis.
Dia 6 - Nossa estadia em San Pedro de Atacama-CH foi de 2 dias completos sem contar o da chegada e o da saída, neste 1º dia na cidade compramos 2 passeios onde nos pegam direto no hotel, pela manhã visita ao salar de atacama e lagunas altiplanicas, lugares bastante diferentes do que a gente está costumado, chegamos no salar de atacama onde existem flamingos e ali começou o sofrimento a uma temperatura de -10ºC foi muito frio pra aguentar, mas muito bonito, nesses passeios os organizadores oferecem um café da manhã, montam uma mesa no local visitado os passageiros curte o visual batendo um papo e tomando café, no período da tarde fomos visitar o Vale de La Muerte e Vale de La Luna, ai o passeios torna-se pura visão do deserto, suas montanhas, a vastidão e a abstração de ver quase tudo da mesma cor de poeira, nada que torne a paisagem menos linda. OBS.: Os passeios são caros, em torno de R$120,00 por pessoa cada período, ou seja, pela manhã gastamos R$240,00 o casal e a tarde mais um tanto desse. A noite como de praxe mais 1 litro de cerveja argentina na conta.
Dia 7 - Nesse 2º dia fizemos um passeio aos Geiseres Del Tatio, a saída é feita do hotel às 4hs da manhã, num frio de matar, pois são 100km até o local, chegamos e o dia estava amanhecendo e a incríveis -15ºC, o lugar é fantástico, muito bacana mesmo, mas tenho que confessar que nessa temperatura é duro gostar de alguma coisa, nesse local a água esguicha do solo a 80ºc saindo o vapor d´água e tornando a paisagem bem diferente de tudo que já tinha visto, a temperatura sob rápido, 1 hora depois já estava 0ºc e as pessoas podiam mergulhar na piscina natural onde a água estava a 38ºC, não tivemos coragem hehehehehehe, na volta visitamos um povoado e curtimos a paisagem que não pode ser vista na ida pois o era madrugada, a tarde decidimos descansar um pouco para podermos seguir viagem no dia seguinte. Minha mensagem sobre o Atacama é de que toda pessoa que tenha condições físicas e financeiras faça um esforço para conhecer, não necessita ser de moto, mas tem que ir, pois o lugar é diferente de tudo o que temos no Brasil.
Dia 8 - Acordamos, tomamos um bom café (diga-se de passagem que o café de lá não é bom como o brasileiro, acho que é porque não tem milho torrado misturado rsrsrsrsrs), e após resolvermos o problema da BMW sem bateria, partimos em direção ao Atlântico, nesse trajeto é que se conhece o deserto de fato, pois a aridez impera no horizonte, nosso destino seria na cidade de Antofagasta-CHI, mas como a distância era pequena resolvemos ir até a cidade litorânea de Taltal-CH, passamos nesse caminho por cidades maiores como Calama-CH, Antofagasta-CH e no início da tarde uns 100km após Antofagasta-CH paramos para fotografar e admirar um monumento chamado de Mão do Deserto, fica a margem da ruta 5, coisa linda de se ver uma escultura gigante no meio do deserto. Chegamos em Taltal fim do dia e tivemos uma mostra do desastre ambiental que acontecera por lá à 2 meses atrás, uma chuva no deserto que não se via a mais de 80 anos, pelos relatos choveu o equivalente a 60 milímetros em 2 horas, e pensem nessa água toda descendo a cordilheira em direção ao oceano por uma só passagem, ou seja, a cidade. Mas como já haviam limpado a maior parte da lama que descerá da cordilheira com ajuda das máquinas das várias mineradoras que existem no lugar. Bem, deixando a história de lado, fomos jantar e como era muito cedo, apenas 19hs (lá os restaurantes só abrem 21hs para janta), fomos dar uma voltinha na cidade e encontramos uma sorveteria chamada sabor brasil, claro de um brasileiro, que rendeu algumas mentiras de lá e de cá.
Dia 9 - Definimos na noite anterior de seguirmos de Taltal-CH até La Serena-CH, a rota é linda, passando por mais uma parte da cordilheira que atravessa o país, passamos pela cidade de Chanaral-CH que também foi devastada pelas chuvas passadas, muito mais afetada do que Tatal-CH, a visão realmente foi de devastação, como se tivesse mudado o curso de um rio para que passasse dentro da cidade, seguimos então pelo costa do pacífico onde a gente ao ver praias de areia preta e pedras valoriza ainda mais o litoral de onde moramos, chegando em la Serena-CH a gente se identifica, pois parece uma Balneário Camboriú do Chile, lá a areia e branca e a avenida a beira mar é um agito só, encontramos uma pousada quase a beira do mar com preço bom e nos hospedamos, o fato engraçado do dia foi minha bota que soltou a sola e minha calça que rasgou na bunda kkkk.
Dia 10 - Saímos cedo de La Serena-Ch com destino a Vina del Mar-CH, já de saída 5ºC pra variar hehehehe, dai em diante muito frio, inclusive tive que parar a moto para esquentar o corpo no meio do caminho, antes de chegar no destino se passar pelas cidades de Concon-CH e Ranhaca-CH, onde se depara com construções penduradas nas pedras dos morros e de elevadores que não sobem na vertical, ou seja, acompanham os prédios que são construídos na encosta diagonalmente, como chegamos perto do meio dia, arrumamos um hotel, tomamos um banho e fomos passear de ônibus pra Valparaíso-CH, cidade antiga, portuária e muito legal, passamos a tarde por lá.
Dias 11 e 12 - Aproveitamos a manhã para conhecer a pé Vina Del Mar-CH, a cidade é bem grande mas o centro se resume a poucas quadras, assim próximo do meio dia seguimos em direção a Santiago-CH, a distância é pequena, foi pouco mais de 100km e já estávamos numa cidade enorme, realmente uma metrópole, incrivelmente conseguimos chegar ao Hotel Panamericano com certa facilidade, após nos hospedar fomos procurar por uma oficina para uma revisão nas motos, então rodamos 2 horas e não resolvemos nada, até conseguimos chegar a concessionária BMW, mas o atendimento foi terrível, isso eles precisam aprender com os brasileiros. No dia seguinte o dia foi destinado a passeios em Santiago, compramos ticket´s do BusTurist e passeamos por toda a cidade conhecendo os pontos turísticos que nos interessaram, almoçamos no mercado público de Santiago-CH onde pudemos provar a famosa Centolla (caraguejo gigante pescado no mar de bering).
Dia 13 - Destino Mendoza-AR, seguimos em direção a divisa entre Argentina x Chile pelo paso libertadores, este dia foi de imagens lindas, novamente passamos pela cordilheira, um show a parte, passamos pelos famosos caracoles, vilarejos desertos, túneis e etc, almoçamos em um restaurante quase no topo da cordilheira em um vilarejo abandonado onde só tinha o tal restaurante aberto, coisa de faroeste. Assim que se passa a aduana e se entra na argentina com destino a Mendoza-AR a paisagem muda, começam a aparecer vegetação, mesmo que em pouca quantidade e fica menos árido. Não posso deixar de falar com parque nacional do aconcágua, que é o lugar mais alto da américa do sul com seus 6.960 mts acima do nível do mar, passamos no parque mas não compramos os ingressos pois tinha que entrar a pé e caminhar uns 4kms, sendo que já estava difícil de andar 10mts por causa dor ar rarefeito, tiramos uma fotos e seguimos em frente, chagando ao destino no fim da tarde.
Dia 14 - No dia passado quando fomos jantar, já reservamos no hotel um tour em 2 vinícolas e 1 fábrica de azeite de oliva, isso para o período da tarde, pois estávamos preocupados com a condição das motos, um transeunte no indicou uma oficina e fomos encontrá-la, assim que achamos foi completado óleo, limpeza e aperto da corrente. A tarde fomos as visitas programadas e bebemos vinho adoidado kkkkk, foi muito bacana conhecer um pouquinho de como se fabrica vinho e azeite de oliva.
Dias 15, 16, 17 e 18 - Não há muito o que contar sobre esses dias pois estávamos mesmo era pensando na volta pra casa, inicialmente nossa conversa era pra fazer essa passagem em 5 dias, mas decidimos por aumentar um pouco o trajeto de cada dia para economizar 1, assim fomos fazendo bastante KM diária, o roteiro de pernoites foi o seguinte: Mendoza-AR para Córdoba-AR para Federal-AR para Ijuí-BR para Blumenau-BR CASAAAAA... posso dizer que foi bastante cansativo, mas incrivelmente bom, fica na memória o ótimo convívio com o casal Furlani e aquilo que só se sente indo, portanto TEM QUE IR.